A PARÁBOLA DO REI


   Após o ensaio da revolução em Caxias, INRI embarcou pela segunda vez rumo a Brasília, em novembro de 1981. Foi convidado para uma entrevista no programa “Brasília Urgente”, ocasião em que marcou encontro com o povo na praça da Torre da TV. Estando no ápice de um sermão que proferia em cima de um caminhão, o proprietário do veículo veio pelas costas e o empurrou bruscamente. INRI caiu, sendo amparado pela multidão. Disse que iria embo- ra e não falaria mais ali. Todavia, alguns policiais presentes disseram-lhe: “A partir de agora nós garantiremos a segurança, pois também queremos ouvir-te”.


  INRI, desabafando, falou assim:

  “Certa vez, um rei que amava muito seu povo teve que fazer uma viagem. Antes, porém, teve o cuidado de reunir seus servos, que eram também seus amigos, e lhes distribuiu responsabilidades, fazendo cada um saber seu dever durante sua ausência. Disse ainda o rei a seus servos, com veemente convicção, que voltaria e, em sua volta, julgaria cada um de acordo com sua obra. Para que houvesse ordem e harmonia em seu reino durante sua ausência, nomeou, inspirado por DEUS, um de seus servos para presidir os demais.


  Não obstante, este servo desencarnou e seus sucessores naturais vilipendiaram os mandamentos deixados pelo rei, transformando o reino num caos. Construíram uma estátua do rei e ensinaram seu povo que a dita estátua era o rei. Obedientes ao príncipe das trevas, Belzebu, passaram a perseguir qualquer indivíduo que ousasse contrariar suas barbaridades. Ignorando os mandamentos deixados pelo rei, queimaram na fogueira as pessoas honestas que se manifestavam contra suas iniquidades.


  Mas o Rei voltou. E DEUS, que não dorme e tudo vê das culminâncias de sua insofismável onipresença, onipotência e onisciência, advertiu o rei, que, por sua vez, visitou seu reino em oculto, como um ladrão. Carregando um mistério em seu nome, ele entrava nas casas de seu povo e, nas poucas vezes em que era recebido, dormia junto a seu povo.


  Porém, na maioria das vezes, era perseguido, prisioneiro e expulso de suas casas, de suas cidades, de seus países. Ele marchava sobre a terra ocultando em seu interior e em seu nome seu grande mistério a fim de conhecer bem seu reino que se multiplicara em sua ausência. Quando a hostilidade chegava ao extremo, ele dormia nas florestas, nos cemitérios... sendo que muitas vezes, ao peregrinar sobre a terra, observava, ao passar pelos campos, qual árvore poderia servir de refúgio para reclinar sua cabeça. Todavia, até mesmo das florestas era expulso por aqueles que deveriam recebê-lo, pois se intitulavam e se intitulam príncipes de seu reino e se diziam seus servos, mas, por conveniência, preferiam e preferem um rei de metal, de gesso, de plástico... em forma de estátua, enfim, um rei sem autoridade que serve aos inconfessáveis interesses ocultos dos usurpadores que rendem obediência e servilidade a Belzebu.


  Eu que vos falo sou este Rei. Voltei como vos havia prometido.

  Meu nome novo é INRI.

  INRI é o nome que eu paguei com meu sangue na cruz: I.N.R.I.

  INRI é o nome que Pilatos escreveu acima de minha cabeça quando eu agonizava na cruz, quando cuspiam em meu rosto, quando me ultrajavam, quando se cumpriam as Escrituras.


  E o servo que nomeei para presidir meu reino de luz foi Pedro. A nomeação aconteceu quando eu disse: ‘...tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja’ (Mateus c.16 v.18).


  Quando Pedro desencarnou, os usurpadores que se sucederam transformaram paulatinamente meu Reino de Luz num principado de iniquidades. Em obediência a Belzebu, príncipe das trevas, e satisfação de seus instintos bestiais e imorais objetivos ocultos, ensinaram meu povo a se ajoelhar em frente a estátuas frias, geladas, inertes. Despudoradamente, dizem aos quatro cantos do mundo que eu sou uma daquelas estátuas malditas construídas por perecíveis mãos humanas, menosprezando as Sagradas Escrituras, onde está escrito dezenas de vezes que meu PAI, meu SENHOR e meu DEUS amaldiçoa os que se prostram diante de estátuas (Levítico c.26). No livro da Sabedoria c.14 v.8, o SENHOR disse: ‘O ídolo, obra das mãos humanas é maldito, ele e seu autor...’ Eu mesmo disse ao discípulo João que os adoradores de ídolos ficarão fora do Reino de DEUS (Apocalipse c.21 v.8 / c.22 v.15).


  O atual impostor, que se diz sucessor de Pedro e atualmente se faz chamar pelo nome de João Paulo II 1, e seus asseclas, sentem um prazer mórbido em enganar meu povo e humilhar-me, exibindo-me falsamente pregado na cruz. Ele, o principal chefe dos anticristo, tem sutilmente, indelevelmente em sua cabeça a marca da besta, ou seja, o no 666 (Apocalipse c.13 v.18); quem vive no pecado não pode ver, mas meu PAI, após o jejum, me mostrou. Na continuidade evolutiva do pernicioso vício da idolatria e num paroxismo transcendental sem precedente na história da humanidade, ele se deleita, sorri e acena para meu povo, em exaltação de júbilo, quando mais uma vez exibe uma pequena e maldita estátua, nutrindo em seu interior o repugnante, abominável e inconfessável pensamento:


1 Assim chamado o então Sumo Pontífice da igreja romana.


  ‘AAAHHH! Tu és minha galinha de ovos de ouro! Como é bom ver-te pequeno, indefeso, inerte, sem autoridade, pregado na cruz... e como tu és lucrativo! Como a humanidade é idiota! Como eu sou um gênio! Consigo enganar quase todas as ovelhas do rebanho de CRISTO! E CRISTO, após quase dois mil anos, voltou e pretende destruir minha galinha de ovos de ouro? Ah não! Não permitirei! Usarei todas as forças satânicas para proteger minha galinha de ovos de ouro! Se necessário, hipocritamente, beijarei o solo imundo de cada cidade ou país onde chegar... Assim a humanidade pensará que sou humilde e, cega na ilusão de que eu sou verdadeiramente representante de CRISTO, não perceberá que vivo na ostentação e luxúria, egoisticamente, enquanto INRI cultiva a simplicidade, possui uma única túnica e continua a andar de sandália, mesmo neste século. E eu, como uma marionete, manipulado por meus cúmplices, que como eu são gangsters despidos de qualquer senso de pudor, interfiro nas questões dos países, brincando de chefe de estado, ignorando que ele, CRISTO, aquele sonhador ingênuo, disse: ‘Dê a César o que é de César e a DEUS o que é de DEUS’ (Mateus c.22 v.21). Não! Não posso permitir que a humanidade se desperte! Tenho que fazer alguma coisa para alimentar minha mentira! É muito perigoso para mim e para meu império enfermo... Se descobrirem que CRISTO voltou, serei desmascarado! Ah! É perigosíssimo! Perceberão que esta pequena estátua é um embuste! Ah! O que será de mim? Ah! Se descobrirem que CRISTO voltou, descobrirão também a falcatrua disso que eu e meus cúmplices chamamos “eucaristia”, pois compreenderão que este pão que lhes dou para comer com minhas mãos imundas, contaminadas pelo pecado da idolatria, não passa de outra farsa, uma vez que CRISTO disse na última ceia que teve reunido com seus verdadeiros servos, ao repartir o pão: ‘Comei, este é meu corpo; bebei, este é meu sangue; fazei isto em minha memória’ (Lucas c.22 v.19). Agora que ele voltou de carne e osso, todos compreenderão que este pão não tem mais valor místico, porque ele disse: ‘Fazei isto EM MINHA MEMÓRIA’. Logo, não é mais possível comer seu corpo simbolizado por um pão após ele haver reencarnado! Que destino trágico me espera? Herdei um império enfermo; que será de mim sem minha galinha de ovos de ouro?’


  Assim, durante o dia, Karol Josef Wojtyla, que se faz chamar João Paulo II, e seus comparsas, traidores da causa divina, enganam o povo de DEUS. De noite, eventualmente, são visitados por um furtivo momento de lucidez que os coloca em pânico, em consequência da gritante, chocante e inexorável realidade materializada pelo impacto da volta do Filho do Homem em carne e osso no cumprimento das Escrituras.


  Disse-me ainda meu PAI que Ele e eu somos uma só coisa e que ninguém pode me deter nem me julgar, porque Ele me reenviou a este mundo como juiz, com a missão de instituir na Terra o Seu santo reino, no cumprimento da Sua santa vontade.  


  Imaginai, meus filhos, como seria cômico e ridículo se um homem organizasse uma expedição com armas, munição e soldados, com a intenção de aprisionar o Sol, o mar, o vento ou um vulcão! Nas dezenas de vezes em que aprisionaram meu corpo físico, meu PAI me conscientizava de que assim o faziam porque a verdade é uma fera demasiadamente perigosa para andar solta. E eu sou a verdade, a vida e a luz do mundo. Eu sou o caminho eterno: ninguém vem a meu PAI senão por mim. E meu PAI disse que tentar aprisionar a verdade, além de ser impossível, é tão cômico e ridículo como se alguém tentasse aprisionar o mar infinito com suas vibráteis e turbulentas ondas de beleza incomparável, o Sol com seus resplandecentes raios indispensáveis à vida dos habitantes da Terra e ao mesmo tempo mortíferos, o vento capaz de destruir uma cidade e até mesmo um país, o vulcão avassalador... 


  Em verdade, em verdade, vos digo: eu sou o mar, o vento, o vulcão, a Via Láctea, as galáxias, as estrelas, os planetas, a tempestade e a bonança. Eu não existo: meu PAI é todas estas coisas e outras mais. Ele é o CRIADOR e único SENHOR do Universo; Ele me disse que eu e Ele somos uma só coisa e que somos incapturáveis, inextermináveis. Benditos são os olhos que me vêem, porque quem me vê, vê meu PAI. Benditos são os ouvidos que me ouvem e me reconhecem pela minha voz. Bem-aventurados sois vós que me escutais porque só vos falo o que escuto do meu PAI, que é em mim. 


  A besta adornada e seus cúmplices, que falsamente se intitulam meus servos e de meu PAI quando em verdade servem a Belzebu, príncipe das trevas, cultivam em seus enfermos corações o insaciável desejo de silenciar-me. Mas meu PAI, que é vosso PAI, meu DEUS, que é vosso DEUS e único SENHOR do céu e da terra me disse que toda e qualquer tentativa será em meu benefício, pois, ao fracassarem, a humanidade se despertará e intuitivamente compreenderá que eu sou a boa árvore que o SENHOR plantou (ao contrário não jogariam pedras!). E os filhos de DEUS, movidos pela divina cólera, reagirão, culminando com o definitivo desmascaramento dos traidores da causa divina que, no auge da busca à satisfação de seus instintos bestiais, ordenam que meus filhos se ajoelhem diante deles, homens pecadores, escravos de Belzebu, praticantes da iniquidade. Para ludibriar meu rebanho, usam sempre o pretexto de que são meus representantes. Ora, Pedro, meu servo verdadeiro (que atualmente meu PAI marcou com sangue para ser o co-fundador da SOUST), jamais permitiu que um homem se ajoelhasse diante dele, a exemplo de Cornélio (Atos c.10 v. 25 e 26). Como verdadeiro discípulo, ele guardava meus ensinamentos que emanam do PAI, segundo os quais um homem jamais deve ajoelhar-se diante de outro homem.


  Eu não sou homem: sou o Verbo reencarnado, Primogênito de DEUS. Eu não existo. Quem se ajoelha diante de mim se ajoelha diante dAquele que me enviou. Eu não estou sujeito às fraquezas do mundo: eu venci o mundo. Meu PAI e eu somos uma só coisa; e meu PAI me disse ainda que é impossível exterminar-me, porque agora voltei para julgar e não para ser julgado, para vencer e não para ser vencido, para aniquilar e aprisionar Satanás e não para ser aniquilado, para triunfar e glorificar seu santo nome e não para ser derrotado.

Eu vim a este mundo porque Ele me enviou, mas não sou deste mundo... E como disse anteriormente: ‘Não julgueis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar o filho de seu pai, e a filha de sua mãe, e a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios parentes. O que ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e o que ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. O que não toma sua cruz e não me segue não é digno de mim. O que se prende à sua vida, perdê-la-á; e o que perder sua vida por meu amor, achá-la-á. O que vos recebe a mim recebe; e o que me recebe recebe Aquele que me enviou’ (Mateus c.10 v.34 a 40).


  Voltei para separar os meus filhos que amam a luz dos escravos das trevas. Separarei o joio do trigo, os eleitos dos que preferem render tributo a Satanás. Então destruirei este mundo caótico com minha espada de dois gumes. Posteriormente, reunir-me-ei aos bem-aventurados filhos de DEUS verdadeiros, herdeiros do Reino dos Céus, e distribuirei justiça a cada um de acordo com sua obra (Apocalipse c.2 v.23 ) em obediência Àquele que me enviou, e estabelecerei os novos mandamentos para construir a nova sociedade terrestre. ‘Eu, aos que amo, repreendo e castigo. Tem, pois, zelo e faze penitência’ (Apocalipse c.3 v.19).


  É conveniente que os inimigos do Reino de DEUS não se esqueçam do escandaloso vexame dos falsos judeus que me levaram à cruz com a prepotente pretensão de se livrarem de mim, como se fosse possível me exterminar! Agora, quando veem que voltei à Terra, são tomados de espanto ao constatar que meu PAI me perpetuou quando se iludiam pensando que eu estava morto! Ao contemplar minha face sentem-se envergonhados, estremecem e, pasmados, após exclamarem: ‘Como é possível ele ter voltado?’, disfarçadamente se afastam e curtem, no marasmo da vida cotidiana, a renúncia, conscientes de que não são dignos de herdar a terra prometida, à exceção de alguns judeus independentes e autênticos que se aproximam com seus corações livres. Estes, transparecendo a pureza de suas intenções, se integram ao Reino de DEUS e são bem-vindos, porque se arrependeram de seus pecados. Ao reconhecerem o grave erro cometido por seus antepassados, o SENHOR misericordioso os perdoa, validando o pacto feito com Abraão, Isaac e Jacob (Levítico c.26 v.42).


  Então se acordam deste sono repleto de pesadelos que dormiram durante dezenas de séculos e se regozijam, felizes como crianças inocentes, aliviados pelo perdão divino. Exultantes por haverem reencontrado o caminho do paraíso, sepultam em suas memórias o fantasma da proscrita sinagoga usurpada por Satanás, conscientes de que vim instituir o Reino de DEUS na Terra, na formação de um só rebanho e um só pastor, cumprindo-se as Escrituras (João c.10 v.16).” 

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